29.11.08

O que estava no papel...

Atendendo ao pedido do leitor solitário e esperançoso, que espera um dia ver esse blog funcionando e atualizado com frequencia, vou falar do papel...

Estava eu sentado no consultório a espera da minha sessão de fisioterapia, já que eu peguei ou contrai ou sei la o que uma tendinite no ombro direito, por tocar tenso e torto...isso foi em agosto de 2007, quando fiquei quase uma semana sem tocar contrabaixo...no fim desse ano eu fui fazer fisioterapia pra ver se passava, porque antes antes as dores iam e voltavam...então no meio de 2008, se não me engano (agora não me pergunte quando...foi no meio) eu voltei a fazer, já que as dores tinham voltado, com menor intensidade...então, estava lá eu, esperando pra ser atendido e apreciando as pessoas ao redor...tinha uma senhora e sua filha, duas madames no melhor estilo peruas, falando de futilidades da maior qualidade! Tinham as atendentes e um cara sentado do meu lado, com seu filho pequeno, devia ter entre 3 e 5 anos (ou mais, quem sabe) e que só queria um pouco de atenção, desejo não correspondido...pegou uma revista, o pirralhinho, maior que ele e ficou vendo as fotos...viava uma página, virava pro pai e dizia "ollha pai", que por sua vez, sem virar pro lado, fazia um "hum", depois era "ãhã", e o repertório se estendia, mas já num lembro mais (num me alembro não, sô)...então uma hora o garotin' desistiu da revista e foi olhar o que o pai estava vendo...então, o fato que me chamou atenção, o que não quer dizer que seja algo fantástico, como muitos poderiam esperar de todo este suspense, tinha uma sessão de fotos duma mulher em poses provocativas e seminuas...daquelas revistas que mostam mas num mostram, deixando o resto a cargo da frutifera imaginação individual...o garotinho então acompanhava a sessão e o que eu achei engraçado é que o pai, concentradíssimo na matéria, apontava a foto mostrando pro garoto e dizia, num volume de voz meio sussurado "olha", ou "hummm" (apesar de semelhante aquele citado anteriormente, note a enfase e maior empolgação!!!) ou simplesmente uma respirada mais forte...então você se pergunta: e qual a importância disso???

Quando eu vi isso eu voltei a pensar ou tentar me colocar no lugar dessas pessoas e da criança...eu sempre vejo no metro ou na rua, crianças deseperadas por atrair a atenção de seus pais e estes ignorando eles totalmente! Fazem de tudo por atenção, parece até filme e os pais não se dignam nem a olhar pro lado ou quando se dirigem à criança, fazem um "ãhã" ou mandam calar a boca, já que a mãe ta conversando com a amiga, sobre a novela ou sobre o escandalo do vizinho, muito mais importantes do que seu próprio filho...bem, pra resumir, eu não entendo pra que esses pais tem filhos, supondo que a maioria tenha tido eles propositalmente, não sendo eles frutos de um ato de empolgação impensada...

Apenas uma observação, esse post foi escrito em dois atos, e como manda a regra, a inspiração estava restrita ao primeiro ato...portanto, sem inspiração, sem assunto...infelizmente!